Quando tudo mudar

É santo o disparate deste sonho colocado

Nas nossas doces bocas e em tudo que enxergamos

No quando que volve outras muitas belas estrelas,

A estar a pular e cambalear travesso a embriaguez

De todos os bons divinos vinhos que bebemos.

 

É necessário no pós jantar um pouco de música,

Tocar com pauta e sentir no pulso

Que estamos construindo com tijolos velhos

O maior de todos os universos,

Sentir no pulso o que as cordas dizem

E engatilhar na garganta a voz que chama

Tum... tum

                                  Tum    Tum

                           Meu coração baila com ondas sonoras

                           Tum    Tum   Tum   Tum

                           Sinto o arpejo, sem pejo, em horas que encontro

teu olhar

                            Um corpo em frêmito--tum  tum

                           Penso em ti. Veja-me

                          Pensamento à girar--tum  tum

                          Beija-me!

 

nereide

                            

PERDIDA

PERDIDA

 

Olho o negro inverno, da minha janela

A natureza pálida, triste, húmida e fria

Árvores despidas de troncos espessos

Caem lágrimas dos meus olhos

Neste nefasto dia chuvoso

Murmuro palavras ao vento

 

Sinto presos nos dedos

Todos os meus medos

 

Sinto a alma nua e tudo a doer por dentro

O coração apertado

Neste tédio que me devora os sentidos

Sinto-me morrer

Nesta saudade de tudo e de nada

O cigarro é o meu vício, o meu ópio

 

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