POEMAS CATIVOS DE ALECRIM E LAVANDA

O tempo do tempo é consumido como ar
Na rotina do seu amargo arrependimento
No arrasto do vento, no tempo da luz
Pragmática de um beijo, morre sem nada dizer
De uma história, sem prosa, sem verso
Num único versículo, entre o perfume das rosas
Talvez o silêncio esconda, poemas sofridos de amores
Sem sentido das palavras que alguém roubou
Sem reconhecer o culpado no próprio esquecimento
Perderam a fé na abandonada mente, no condenado corpo
Telhados de inverno cheios de quimera de um amor proibido

FOME TENHO

Tenho fome
- Fome -
De tudo.....de todos
Do que és.....do que foste
Do que tu pensas
Dos que ficam
Dos que partem
Das coisas boas
Do silêncio.....do barulho
Do fogo....da água
De mim.....de ti
De te ter comigo
Do presente.....do futuro
Do deserto.....da serra
Do campo.....dos lobos
Do amor.....da paixão
Da paz .....de viajar
Fome de viver, de amar.

PEDAÇOS

Flores laços de cetim. Queimadas em cinzas!
Afogo-me nas palavras! Enterro-me no trabalho.
Nas telhas dos sonhos. Já não almejo o perdão!
Sou repleta de erros! Mato todas as lágrimas.
Nas letras que me sugam!A vida da minha mente!
No meu obscuro corpo. Já sem sons da saudade.
Ao ver a tua bela nudez. A minha alma se deleita!
Na nossa louca insensatez! O vazio gritou palavras.
No silêncio sem sentido! Gemidos de mim, de nós.

PODRIDÃO IMPOSTA

Chovia com força vidros. Vermelhos de sangue!
Partiam todos os cristais! Soltos da velha janela.
Tentava caminhar. Sem ser cortado no vermelho.
Sangue de tinta! Entre as escritas letras pretas.
Prosa sem medo. Sem o dever de suportar a dor!
O cervo tremia do caçador. Predador ansioso da mente.
Caçador de sonhos! Perdido na vastidão das almas.
De mãos sujas de barro! Lenços de asas que fazem voar.
No novo cinismo rompendo o ócio. Na partida já pronta!

VELHA MORTALHA

Mar velho feito em mortalha
Que na fria carne rasgada
Embalsamas todas as dores.
 
Entre os murmúrios tristes
Voz escura na calada garganta
Nas tramas obscuras da queda.
.
Ondas serenas de maremotos
Nos carinhos remotos em fúria
Lágrimas tuas em gritos roucos.
 
Tormentas tolas numa ambrósia
Vagos espaços nas lentes perdidas
Os arcanjos cantam proclamam amor.
 
 

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