TROVAS SOBRE CACHAÇA

                      TROVAS SOBRE CACHAÇA

 

Eu bebo sempre cachaça, A

porque me faz muito bem; B

sem ela não tenho graça, A

Sem ela não sou ninguém. B

 

Com tira-gosto no prato, A

com a cachaça ao lado; A

o bêbado fica chato, B

Já está embriagado. B

 

Só o bagaço da cana, A

o caldo virou birita;      B

é uma moça bacana,   A

Ó! Que branquinha bonita! B

 

Sou bebedor de birita, A

bagaceira só no bico, B

um viciado na dita, A

Doce desejo

Eu passo a mão
Por entre seus cabelos
Descendo meus lábios 
Vou sentindo o seu cheiro
Caminho com minhas mãos
Por entre seu corpo
E sua voz doce, e suave
Vai me distraindo pouco a pouco
Acaricio sua pele
Seu rosto macio
O seu corpo vai me esquentando
Nesse quarto tão frio
Esse beijo ardente
Esses olhos tão carente
Deixando a pele arrepiada
Vai deixando tudo quente

Brisa

 

Mar de vento tece em mim brisa mansinha

Preenchendo todos os espaços devagar

Qualquer coisa suspensa em leveza de espuma

Breve odor molhado

Cumplicidades de areia

Fio de desejo apertado

Contemplo-me lendo-me nos teus sinais

Fundir-me em ti e desaguar

Algo irá acontecer

Algo irá acontecer

No rastejar livre das minhas raízes sólidas

Do ar, um cócó de pássaro cai no ombro da minha folha

Esborrata-se todo no ramo e desce caminhos de voo

 

Algo terá que acontecer, algo irá acontecer

O galo que canta sempre cedo demais ou demasiado tarde

Sem metas e sem desafios, um galo livre de cantos

Nas veias do relvado ensopado de água

 

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