Poesia

        Poesia

Abeirou-se de mim, inda tremente

Como sol matinal quando me acorda,

A poesia ! Palavra mais fecunda ,

Que uniu a voz a este pensamento.

 

Poesia ! Palavra do que se sente !

Sentir mais fundo! De alma elevada,

Emoção... Amor...fantasia alada !

Devaneio !... Pra que alma se liberte !

 

Nasceu-me esta vontade de dizer.

Às vezes, em tom dorido, a gemer,

Como harpa que cantando está a chorar.

 

Estes versos que escrevo...a vacilar,

Hão-de ser lidos à luz do luar !!!

Velho do recinto

Existe um velho no recinto
tentando lembrar
como era bom festejar
antes de apertar o cinto.

E ele, roto e pobre,
observa de fora
a felicidade nobre
dos "ricos" jovens que fazem das horas nesta cidade
todas as suas horas de felicidade.

O velho triste
lamenta que o seu errabundo viver
apenas exista
no mundo que só ele quer fazer.

Lugar...nenhum

Lugar...nenhum
 
Com pedaços de mim 
eu monto um plácido amanhecer
onde tudo se representa nas minhas
adormecidas invenções 
e dizer-te nada é tudo que minha poesia 
verdadeira em repercussões caladas
ergue perante a soleira
do teu olhar em cinzas derramada
 
sei que jamais pode haver ausências 
que supram nossas saudades
nem da boca palavras que suportem
todas as aparências hoje reveladas

Transparências

Transparências
 
Vou meditando, 
tranquilamente aspergindo 
as palavras sem
mágoas nem prantos desmedidos, 
pois a coragem
sai escutando,acreditando
olhos nos olhos reverenciando cada flor 
que nasce e perfuma
cada vida por vir nesta estrada 
sem começo nem fim
e onde tu estiveres,
ali te espero sóbrio 
requebrando as transparências
da solidão
que medita enamorada aqui 

Pages