OXALÁ EU TOMARA (do meu livro de imaginar)

Oxalá fosse mar para nas areias brancas finas me [entranhar e acordar] (acabar)
Oxalá fosse homem para uma família e preocupações parentais arranjar
Tomara ser humano para os extra terrestres caírem na Janela do meu sótão
Tomara ser maior para poder os remédios adoentar nas minhas mãos de anão
...
Mas nem o oxalá nem o tomara fazem por ser o que fosse
Nem no mar se fez o homem que apenas humano sonha maior

(PRE)CATIVOS

Cativamos num olhar
Noutro libertamos o nosso amar
Depois de libertado nunca quer regressar
Prende-se no tempo, mergulhado nas ilusões
De nosso cativo que cativou o nosso gostar...

Cativamos numa fala
Noutra falamos sem nos calar
Atropelando peões na passadeira
Na língua atrasada do pensamento a brotar
Ser cativo não é mera brincadeira por falar

Ultramar

No Ultramar,
 o diabo ronda sem parar,
 anseia pela juventude que navega
 Para ser adulta e talvez ali ficar,
 no chão que de vermelho se carrega

Boinas a tiracolo das armas à desfilada
 Mães órfãs de frutos ainda verdes saudosos
 Como uma Nação pode ser tão ousada
 Lutando por nada e por tudo, orgulhosos

Esquecendo que na alma pesada, corre chumbo de dor,
 Que os envoltos dos tubos, eram gatilhos frementes
 Onde os olhares se afundavam no negro do tambor
 Os dedos, aços que carregavam o odio, tementes

No meu tempo

No meu tempo era melhor
Os risos não tinham pedras chapinhadas
O cinismo era curável e a vergonha era vermelha
No corado que nos prendia ao som do desculpe

No meu tempo brincávamos
Na pobreza de calças rotas
Que chutava pés descalços
Em bolas de papeis e sacos
Sem logotipos degradáveis

O leite trazia cheiro de vacas em bilhas
Em motas velhas como o condutor
e sempre se fervia o humor dele
para a doença não nos pasteurizar

Aguardo-te!

 

Aguardo-te

Com o dom das palavras...Encanta-me
Com teu toque...Faz-me sentir
Os cinco sentidos... oh!Deusa...Mulher sensitiva
De todas as deusas...Mulher...és a mais bela
Desejo-te em fogo... paixão ardente
Brasa incandescida...puro amor
Deixa-me suspenso... no ar...
Suave leveza... de viver...
Desejo-te infinitamente...

Autor
Pedro Rodrigues

Artesãos

Olhamos para o mundo
e vemos na sua maioria muitos lutando
no afã de conseguir e consumar algumas vitórias.
Mas em resultado de tudo isso vemos também
como elas se sentem vazias e buscam no abismo do ego
outras sensações para destilar a falta de alguma coisa...de todas as coisas.
E bastaria acima de tudo que cada um fosse apenas um bom artesão de si
para moldar sua aparência...suas vivências, agora e sempre
FC

 

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