O VERBO AMAR.
Na voz do interior me submeto,
Pela introspecção natural do meu ser,
Acordando para vida lida,
A procura insana por você.
Ajoelho-me perante meu ser,
Sinto a presença de vida renascer,
Acalentado em seus braços bravos,
Contendo-nos em mil abraços.
Sejamos nós, sem dúvidas e sem erros,
Sejamos um mundo sem fundo,
Torcendo por este fogo sem leigos,
Cometidos de corpo a beijos.
Nesta vida bíblica,
Sem jeito sem ser vulgar,
Atuando e fazendo a mesma rubrica,
Com mãos maceradas
de vontades
desbravo os caminhos
que persigo,
alheio à prudência
que me norteia do perigo.
E vou talhando
a golpes de machado,
as amarras
e a madeira nas guitarras
que alentam o meu fado.
(Rui Tojeira)
