Poema da liberdade

Poema da liberdade
 
Vai meu poema
assim tão rápido 
te reproduzas livre
nesta inusitada e errante
palavra ressurgida
na manhã que incandescente
desfalece
na metáfora resignada 
de um poema tão farto
 
Vai e maquilha-me
o tempo
tão grato que me escorre
entre as mãos
como a vida tantas vezes insubordinada
tão navegada na correnteza
de um rio sem água

Sem demora...

Sem demora...
 
Sem mais demora
regressemos juntos agora
porque a perda hoje
de mim já não é total surpresa
pois entro na noite silencioso
e consigo destronar
de mansinho teu horizonte adormecido
e assim me abrigar
até ao gosto amargo da minha tristeza
que em mim percorre...devagar...devagar
até completo em ti me barricar
FC

Breve momento

Breve momento
 
Quisera eu
recolocar-me por inteiro
entre abraços e beijos teus
reconduzir minhas nuvens
por um imenso perfumado céu
despejando em ti todo um
aguaceiro colorido no tempo
 
Concedam-me por favôr
a inexistência de uma dor
onde o erro foi
somente pedir um pouco
só de mais principio
do que o fim que já
se apróxima tão tardio no tempo
porque com pena

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