Sede de viver

Sede de viver
 
Quantas solidões teremos que sofrer 
e depois sair de mãos dadas 
com a esperança infinita
por cumprir na íntegra,
motivada e rendida 
nesta plenitude de tempo
que nos sacia e redime
qual sede de viver e amar;
assim percorro minha apatia erudita 
nesta imensa paisagem perfeita
encobrindo o delicado e esbelto verso meu
mil vezes repetido, 
tantas vezes ousado
à tua espreita

Guardador da chuva

Guardador da chuva...
 
Neste meu pequeno mundo
deixei-me de ser necessário
parti rumo ao país
das belezas surpreendentes
de onde sou oriundo
precário e sem antídotos
assim precinto
o tacto carente das palavras
obstinadas
tão difíceis e incoerentes
que se perdem gentilmente fecundas
na fímbria da infinita
exaustão em que me perdi
por mim e por tantos;

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