DOS DOZE FILHOS DO REI

Filhos do momento já seguindo a luz do dia
Muito além do firmamento até onde se podia
Na verdade da mentira que se põe em cada passo
E nada deixa, tudo tira, diferente do que eu faço

Irmão de santidade cuja voz nada menciona
Separados pela idade que é sabido, não funciona
Mas é preso pelo pulso, sinfonia tão maldita
Do silêncio que eu já uso em todo o verbo que me dita

Amor juvenil

          AMOR JUVENIL

 

Naquele recanto de flores, escondido, 

Calados...tão ternos e embevecidos,

Namora um casal de olhar esquecido

Ignoram passantes...d' amor perdidos !

 

Belo, o amor juvenil !... Arrebatado !

Mãos dadas e olhos que se entrelaçam !

Fogo primaveril...de tanto agrado...

Fantasias e sonhos...fecundados...

 

Nesses amores de pura poesia,

Derramam-se lágrimas, tão sofridas !...

Ficam no peito as primeiras feridas !...

 

Amores vibrantes, de doce magia...

EMUDECENDO

Preciso ouvir das aves o canto
Em um canto, onde eu encontre a paz;
Meditar em meio à mata,
O que me mata é o tempo fugaz.

Antes que se esgote a natureza
P`ra minha natureza alegrar,
Preciso sentir o vento chão
Que o chão de folha vai tapetar.

Meus olhares famintos verão
Do verão para sempre o vazio?
Não mais terei o som que me aqueda
O som da queda d`água no rio?

Meu temor é que a ganância leve
A nota leve que se ouve cedo;
Como se houvesse, quando eu acordo,
Um doce acordo entre o passaredo.

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