Bússola
Autor: Cristina Bentes on Saturday, 5 April 2014Tinha tudo.
Autor: Cristina Bentes on Saturday, 5 April 2014Sugeriu-lhe um charuto. Acendeu-o sugando o seu suco seco. Refastelou-se no cadeirão olhando os montes, depois, o prado à sua frente. Estava verde. A aragem misturava-se com o charuto. Foi ali naquele lugar que quis voltar a viver. Relembrou. Já fora tempos em que galgava aqueles montes na liberdade de criança e na leveza do corpo. Tudo podia e sentia-se capaz. Os pés descalços que tocavam a erva em velocidade veloz. Ah... sabia-lhe bem. Olhou seu abdomen proeminente, sentiu-se pesado. O reumático não ajudava e aos oitenta anos desistiu de o combater. Relembrou os dias felizes.
O gato
Autor: Cristina Bentes on Saturday, 5 April 2014Era um gato empertigado, senhor do seu nariz. Grande e gordo.
Outrora fora ágil mas parecia não dar pela mudança, a não ser nas suas costumeiras e longas ausências em que deambulava por onde lhe apetecesse. Aí apercebia-se que as gatas do bairro e até de outros arrabaldes eram mais selectivas. Queriam gatões elegantes transbordantes em feromonas de prazer activo.
DA VIDA QUE MORRE NO SEIO DO AMOR
Autor: danieldenani on Saturday, 5 April 2014O sol que brilha no céu
Me cega no mar
Além do horizonte
Na vida que morre no seio do amor
O mar com seu negro véu
De luz estrelar
Perdida na fonte
Da vida que morre no seio do amor
A luz que força a passagem
Viola o teu olho
Buscando ali ver
A vida que morre no seio do amor
O olho que cria a miragem
Que eu mesmo escolho
Buscando entender
A vida que morre no seio do amor
E escolho por mera ambição
Como se...
Autor: Cristina Bentes on Saturday, 5 April 2014Como se Júpiter se juntasse a Saturno. E a lua não fosse para se sonhar... Como se os rios se juntassem aos mares. E as margens não fossem para se passar...
Como se o vermelho se juntasse ao amarelo. E o laranja não fosse para se pintar...
Como se o saborear se juntasse ao paladar. E o fruto não fosse para se provar...
Como se o fogo se juntasse ao ar. E a água não fosse para se apagar...
Como se as horas se juntassem aos dias. E o tempo não fosse para se dar... Como se a gravidade se juntasse ao levitar. E a terra não fosse para se assentar...
Pintura estragada !
Autor: Milena Dias on Saturday, 5 April 2014Pintura estragada !
Minha mente pintou um quadro lindo !
Pleno de flores e meninos rindo
E searas loiras bailando ao vento !
Num canto ermo, ouve-se um lamento !...
Pintei estrelas vivas, a piscar.
O pó de um cometa , o céu a riscar.
Luar prateado a iluminar !
Numa casa fria...alguém a chrorar !...
Minhas pinturas tão bem inspiradas
Onde celebro a beleza de Maio,
Por que surgem nelas cenas magoadas !?
Hei-de esboçar e criar com paixão
O que vai nem sempre volta
Autor: Gabriel dias on Saturday, 5 April 2014"O que vai nem sempre volta"
Entre sombras e recordações procuro o que ficou para trás,
Sonhos e esperanças que já lá vão neste rumo de um embarcar ,
o tempo vai contando de uma maneira tão eficaz,
tal como o Reiniciar de um relógio contando a esperança que te faz acreditar.
Ficou marcado como tatuagem aquela imagem,
momentos vagos mas tão sólidos presente na saudade,
tal como um renascer numa palavra em tom de liberdade,
discrição e um significado invade este sonho numa viagem.



