As Araucárias de meu avô
Autor: Arlete Klens on Thursday, 3 April 2014Meu avô
Meu avô

Vendaval na cidade
As nuvens choram copiosamente !
A chuva alagou e já corre um rio
Descendo a calçada tão velozmente .
-- Que incomoda o rio se eu sorrio ?!!!
O vento que sopra, parece vivo !
O trevo verde do jardim em frente
Baila caótico, em rodopio.
--Que incomoda o vento se estou contente ?!!!
E vou olhando através da vidraça.
A chuva abrandou. E não fez desgraça.
O vento amainou. Foi noutro sentido.
PRAIA DE FANTASIA
Descalça caminho na praia da fantasia
Divagando ao sabor das ondas do desejo
Completamente entregue a elas, embatendo na falésia
Suspirando por notícias como do farol o lampejo.
Olho o céu azul e nada vejo
Mas tu existe, além do vazio horizonte
A Lua nua dança num festejo
E o Sol desce a poente...
O vento sopra sereno como bocejo
As nuvens desenham um azulejo
E as gaivotas poisam na areia com cortesia!
Camponesa dos raios de sol
Do brilho de prata que aquece o verão
Das cores do fogo que há nessa estação
Do vento que quente leva o girassol
Camponesa de face menina
Perdida no trigo de flor tão madura
Que cai pela terra e na terra perdura
De cor cintilante e alegra matina
Menina de vezes tão moça
No gesto da dança e no canto da voz
Na força da brisa e seu passo veloz
No toque de açúcar que eleva e que adoça
BRUMAS DO DESEJO
Se teu corpo é a única Ilha no oceano
Como poderei eu não o desejar?
Quando à minha volta tudo é insano
E o meu coração, ninguém sabe amar!
Se a Lua se esconder em teu olhar
Como poderei eu encontra-la?
Quando a caravela no gelo encalhar
E a neblina teimar em abraça-la!
Como chá calmante de erva-cidreira
Anseio beber dos teus lábios um doce néctar
E, em teu coração mergulhar como numa banheira…