Sem Título 20

No sossego da meditação toco nas vestes da
multidão que vão em robotizada marcha para as
camas uns dos outros. Ociosos da lentidão da vida
perguntam-me como podem engatar os órgãos sexuais
alheios excepto ouvirem confissões por
exortações. Eis um colóquio que acaba numa tóxica
orgia no interior dum graxo tabique negro.
Ponto final.

Sem Título 17

Essa macia tarde deveria ser movida para trás
evitando que um nicho de archotes me destapasse o
meu cru estômago desobstruindo imbativelmente
crateras servidas em divisíveis taças que mal
conseguem expiar as monstras vidraças ressentidas
através de sãs mentiras.
viajantes mentiras.
 

A volta ao mundo num carnaval perto de ti

“A volta ao Mundo num Carnaval perto de ti”
Nossos corações palpita quando se ouve um samba de arrebatar,
bem ao longe na magistral avenida ouve-se a bateria tocar,
é um som de hipnotizar, de dançar, aprender a cada passo sambar,
o carnaval de inspirar , contagiar o povo que sai à rua para festejar.

Num rufar de tambores e batidas electrizantes,
em África vês alegria na origem de o nascer de algo cintilante,
um povo sorrindo e fazendo da sua cultura um estandarte,
coreografias e rituais para reinventar sons de fazer apaixonar-te.

SAUDADE

ANDEI PELOS CAMINHOS DA SAUDADE.

TRILHEI TODOS OS CANTOS DO PASSADO,

NA BUSCA DE ANTIGAS EMOÇÕES,

NO RASTO DE CALOROSAS SENSAÇOES. 

 

QUIS VER SE  O CÉU AINDA ERA TÃO ESTRELADO !

SE AS AVES MANTINHAM A MELODIA.

SE O JASMIM AINDA ERA PERFUMADO

E SE A FONTE,  CANTAVA MELANCOLIA !

 

VAGUEEI POR LUGARES JÁ ESQUECIDOS !

VI VÃS CONVULSÕES DE  APAIXONADA !

E, DELÍRIOS TONTOS DA MOCIDADE.

 

E VOLTEI À LUZ DA REALIDADE.

PERCEBI QUE O PASSADO É QUIMERA !

Sem Título 15

Em certa circunstância alcateias de mármore
uivavam aos artificiais frutos nefando passada
beleza cansada, de levar pancada do nada. A tal
pancada belisca-me, a beleza do acaso assume-se
secreta forma a forma num herético paralelepípedo
pré desenhado na anti-queda das ninfas encosta ao
lado. Após cumprimentarem com salvas as
lavadeiras nas suas cisternas, constatei que a
beleza é a perfeição com que o ar se desloca em

Pages