Bruma

Talvez alguma Lua
vença esse escuro
que a janela faz retângulo.
E, talvez, essa solidão das Gerais
siga a bruma que se perde pela serra.

Talvez um poema antigo
reviva em alguma gaveta
e o amor nele cantado
dance nessas pedras molhadas,
não sei se de chuva,
não sei se de saudade.

 

póstumo

um repasse escuro e frio na parede caíada
a brisa gelada que foge esguia pela janelas
é a noite mais longa que impede a alvorada
apagando o sol posto pintado em aguarelas

Traços tremulos riscam rugas da mão mais velha
banham-se pincéis gastos em copos de cerveja
e a tela que nasce no corpo amante quase filha
minha e da sorte maldita da pintura a aguarela

COMPENETRADA POESIA

O desejo da poesia,
Que habita em toda harmonia.
De um lugar importante,
Do coração constante.
Essa poesia semeada,
Que nasce pelo caminho de minha estrada.

Essa poesia que penetra no recôndito do coração,
Desvendando a vida em sua sensação.
Poesia que se ouve dizer,
É uma poesia compenetrada cheia de prazer.
Que olha fixamente na vida presente,
De refletir o poder de ser somente.

Amor feito sexo

Corpos suados… molhados…

Num frenético ondular  animalejo

Inspiram … respiram…suspiram…

Colam-se na selvagem simetria do desejo.

Juntam o côncavo com o convexo

Numa excitante harmonia

De corpos sedentos de sexo

Depois …

Cansados… suados… e saciados

 Languidamente e sem pudor

Caem p`ro lado soltando

Longos suspiros de amor…

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