Quando a morte chegar...
Autor: Valdemi Cavalca... on Friday, 10 January 2014"Quando a morte chegar quero estar pronto para ela, e à sua espera. Pois não quero se pego de surpresa nos corredores da vida".
"Quando a morte chegar quero estar pronto para ela, e à sua espera. Pois não quero se pego de surpresa nos corredores da vida".
Nenhuma palavra que te diga,
vai parecer novidade,
nenhum verbo que te conjugue,
vai soar a originalidade...
mas mesmo assim eu sigo,
usando o que não inventei,
para tentar falar-te de Amor
do jeito que só eu sei...
Insisto eu em escrever-te,
linhas que me foram emprestadas,
pelas almas de outros amores,
por outras bocas beijadas...
Fez-se bela manhã de verão!
Já as primeiras horas...
Estou eu a sentir
O calor.destes raios de sol
Aquece-me a alma,
iIumina!
Os caminhos do meu alvorecer.
Sinto-me viva!
Um importante ser.
Meus sentidos aguçados vêem...
Muitas vidas começando...
O dia viver!
Será que não existe ninguém perfeito, nem ninguém imperfeito? Já dizia o poeta Erickson Luna em seu poema: - "Você não é um perfeito canalha porque não existe ninguém perfeito." - Eu já acho que também não existe ninguém imperfeito. Dai pode ser discutido o que significa ser perfeito ou ser imperfeito. Todo humano tem seu lado animal, e todo animal tem seu lado humano. Conheço pessoas que fazem a pose de linha dura, mas tem o coração de manteiga. Também já vi pessoas ao contrario.
Meu caro Vinicius
De repente, não mais que de repente...
Vinicius de Moraes
É meu caro Vinicius,
Estavas certo na prédica
De o de repente desatinar
De perder-se de seu amar
Na mais bela forma poética.
É meu caro Vinicius,
Esse seu de repente tortura
Vem sempre ao revés
De um chorar do através
Momento póstumo, amargura.
É meu caro Vinicius,
Seu vaticinar estava correto,
Pois se fez “da amiga”, distante
Não sei se será só minha impressão,
mas este mundo virou um deboche!
Já nem preciso largar um tostão
para eu, guloso!, gozar de um broche.
E eu trago as bolas dos olhos pasmadas
com a luxúria do dobrar do século!
Mulheres não querem já ser amadas,
querem apenas do homem seu espéculo!
E eles dizem, sem pudor, «Pões-me um aço!»
E elas dão o sorriso mas não só.
Apalpam-se e riem com ar devasso,
e vão se devorando sem ter dó!
Chego do emprego tarde a casa,
Venho cansado que nem um cão,
Sinto uma moleza que me arrasa,
Estendo-me ao comprido no colchão.
Porém o sono tarda em pegar,
Coisa que vem sendo recorrente,
Antevejo a insónia a chegar
E trago o cérebro tão dormente!
Dou voltas e revoltas na cama,
Nada há que me faça dormir.
Levanto-me do leito (Que drama!)
E vou à varanda distrair.
Sei! Esses teus olhos esquivos...
Essa tua língua lassa...
Não podiam mais 'star vivos
Nem suportar tal desgraça!
Escorreste por tantas mãos,
Qual enguia já cansada,
Só tiveste afectos vãos,
Não soubeste ser amada.
Puta e reles te chamaram,
E os ouvidos tu tapaste.
Sei que todos te usaram...
Que mil mágoas não choraste!
Lamentos à tua sorte
Partilhaste c'os demais,
Mas mandaram-te à morte
Por pecados capitais.