LUZ DE MINHA ALMA

Um dia , a tristeza!

bateu em minha porta.

E eu! Sentindo-me só.

Deixei, a tristesa entrar!

E triste, vivi...perdida.

Até...ver você chegar.

O sorriso, brilhou em tua face!

Tuas gargalhadas...

Viraram música, para meus ouvidos!

Não lembro mais os porquês...

De minhas tristezas.

Mesmo porque!

Os por quês, não importam!

Quando se está feliz...

Quando se está a amar

Defunto

Brando este sono e me abraço
Em meu corpo defunto e me desfaço,
Em mil terras, larvas, e coisas parvas...
É meu sono profundo, e meu resto é teu mundo.

Baloiço que é vida
Sobe, desce e que cresce.
Curva de sina - linha sentida;
Saltam-me os pés, camarada,

Saltam-me, e de mim saem.
Descobrem desertos e ventos de marés,
Desenham-me em vida, porém
Apenas eu sou, porque tu és.

E o corpo me queda...
Num silêncio acrescento
E não sei se me aguento
Neste sono que é seda.

ELA CORRE NA AREIA DA PRAIA

Como a tenra maré que desliza
E no doirado solo se espraia,
Cheia de doçura e sutileza
Ela corre na areia da praia.

Como a brisa da tarde inquieta
Que seu suspiro mimoso ensaia,
De pés descalços e riso singelo,
Ela corre na areia da praia.

Como a sombra da palma tremente
Ou no mar a misteriosa arraia,
Exibindo seu infindo encanto
Ela corre na areia da praia.

Como a musa que me acorda o pranto,
Perseguindo as cores da jandaia,
Ouvindo a voz de sua inocência
Ela corre na areia da praia.

A LIBERTINA

Oh! Tu, que solitária na calçada
Qual estátua espreita a luz do nada,
Deixa-me infundir-te este casto amor,
Lançar em teu corpo o folgar da sesta,
Pálida sombra que o pesar atesta
- Tu és p`ra mim a pudica flor.

Embora verta teu olhar profundo
Toda a mágoa que possa haver no mundo,
Amo o fulgor que na noite se espalha.
Sonho-te minha, por algum momento,
Guardo comigo teu atroz lamento,
Dele enfim faço uma mortalha.

Intenso

Intenso

 

Eu até que gostaria de não ser tão intenso

De ser mais ponderado e não entregar-me tanto

Só que quando amo, amo intensamente de verdade

Que até o menos incauto pensa ser minha vaidade

E com isso amuo-me deveras em meu canto.

 

Não me protejo, entrego-me a ditosa emoção

Sou tão ingênuo boquejam-me os mais chegados

Simulo-me de surdo para não descambar a chorar

Entrementes motejam-me pelos abstrusos desagrados.

 

Eu até os entendo, mas cavalheiro sou,

Fixo no longe

Fixo no longe
o olhar;
Querendo conquistar,
hoje,
o que longe
se parece escapar.

Como um pinheiro que passa
enquanto nós passamos.
Como um túnel que ameaça
a ligação com os que amamos.

Esse desejo passa,
mas eu, com uma mordaça,
não lhe consigo falar.

Desisto, calo e olho-o passar.

É então que na mão me surge uma faca.
Oh, poderosa!
A alma que pensava fraca
vira corajosa.

Pages