Desistir seria esquecer

Supera esta inquietude um sopro repentino. Semelhante a uma brisa que corre pela tarde desvanecida em céu de tons mistos. Sabe a inverno e neste se faz sentir o conforto do interior. Pela noite fora e até a madrugada chegar à porta, limpam-se os pés molhados no tapete junto à porta das traseiras. Esta entra sem cerimónias e senta-se ali no sofá de canto, aconchegando os pés de seda sem esquecimento das lágrimas que agora secam sem piedade.

Interpretação

INTERPRETAÇÃO

Nesse quadro de Dali, de cores vivas e ilusões
De flores sobre tumbas e de figuras de enredo
Num surrealismo perfeito marcado por distorções
Estão paisagem de mil braços, que abraçam o segredo.

Na água turva da intuição, tu vês o que ele via
Lábios rubros brilhantes e olhares de ternura
Por entre os gestos do mundo, tu sentes o que ele sentia
Num pecado suplicado de um amor que não perdura.

Invasão

Há dias que paramos no tempo e no topo da nossa reflexão achamos que nada faz sentido e o mundo parece que vai desabar.
O meu sonho foi invadido pelas águas passadas e o que mais marcou é aquilo que continua tão presente.
Esquecer? - não quero. Talvez uma forma mais leve de me libertar de uma angústia sufocante, talvez e uma incerteza me abandone e te traga ao meu pensamento pois o coração vive frágil demais.

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