Falésia do Amor

Falésia de Amor

 

Rasgo-me verso a verso,

subo até á boca da veia do texto sem regresso,

bebo-te o embebido tónico de Amor.

 

Agito-me na intensa argila húmida da Origem,

Lavro-me letra a letra sobre o teu corpo,

Faço e desfaço todo  o feitiço presenteado pela Lua.

 

A minha mente tende para o limite

em pele nua, onde tudo ferve sem vapor.

Rasgo outras linhas

e Amo um novo texto.

 

Parto para outro poema incerto,

por caminhos íngremes e frios,

Colírio para os ouvidos

COLÍRIO PARA OS OUVIDOS

Olhando para a música

Sentindo o seu perfume

Sendo sua melodia

Analisando seus altos e baixos

Provando suas notas e ruídos

Imaginando sua silhueta

Apaixonando-se novamente

Emocionando-se mais uma vez

Com os tons de luzes sonoras

Que adentram calmamente

Meus ouvidos agradecidos

E gravemente entorpecidos

O expoente das palavras

O expoente das palavras

 

Estou no meu expoente máximo das palavras,

desvendo o mistério

na densa atmosfera de paixão,

namoro  quem me namora o momento.

 

Escrevo para ti sobre ti,

revelações da lua que soltam os pássaros

que nascem no deserto quente.

 

 

Escrevo de mim sobre mim,

o fogo que arde em chama,

nas sílabas de tacto,

na mão que agarra o instante

e um novo mundo fecunda.

 

Promessa que rasga o texto

de Amar – te é a verdade

A Porta da Verdade

A Porta da Verdade

 

Esta é a porta que arde para ti

na espera, na verdade da

chave que abre a porta nua.

 

Sou a porta aberta que nunca dorme,

escrevo na página aberta do livro

para não sentir a tua ausência.

 

Rios, glaciares

abrem as portas à vida,

tocarás o fundo em simetria de mim,

novos mundos se abrirão em procura

do principio da origem.

 

Entra a verdade e

sai a realidade

de ter-te  na minha morada.

 

Calçadas pisadas,

MALDADE NÃO VALE NADA

GURI PRA UNS...
VÉIO PRA OUTROS!
PRA MIM VOCÊ FOI MAIS QUE ISTO!
FOI LAÇO AMARRADO NUM TEMPO.
QUE NUNCA SERÁ APAGADO!
 
FOI DOR SOFRIDA EM CONJUNTO.
DE CRIANÇAS ABANDONADAS...
DE VER O SOFRIMENTO EM UM ...
E O OUTRO NÃO PODER FAZER NADA.
 
VOCÊ ERA PARTE DA INFÂNCIA...
QUE UM DIA FOI MALTRATADA.
MAS ERA EM VOCÊ QUE ENCONTRAVA...
EXEMPLO DE AMOR, PRA SEGUIR NA ESTRADA!
 

A Cama

A Cama

 

Cama nómada que colhe os ventos das estações,

a espiral do amor sequioso,

o fogo fragmentado das nascentes de mim,

o respiro ardente e abrupto dos Amores,

em lençóis de pele nua.

 

Bebo-te o desejo frágil em sílabas de carícia,

tu és o meu texto das palavras perdidas,

tu és a página principal do meu livro,

tu és o corpo em espaço vazio,

tu és a essência da existência,

 a fonte da caligrafia do tacto.

 

 

Leito  de pele onde repousa o feminino,

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