nome
Autor: maria joao esteves on Tuesday, 12 November 2013mais do que um grito
indecifrável
talvez
amor não seja
mais do que um grito
inventado nessa
raiva
afónica
nua
de um nome
anónimo
mais do que um grito
indecifrável
talvez
amor não seja
mais do que um grito
inventado nessa
raiva
afónica
nua
de um nome
anónimo
nunca gostei de rimas
meu amor
a poesia é apenas
uma panóplia de letras
esmigalhadas
que não te decifram
sabes meu amor
és apenas uma metáfora
este é o nosso segredo
aquele que nunca saberás
aquele que te conto em cada palavra
que não lês
quando a madrugada fechar o Abril
a chaimite já terá partido
encurtando caminho
e mesmo que o meu punho cerrado
não descanse na tua mão,
o Tejo que nos corre nas veias
é vermelho e quente
as gaivotas não partem
se o poeta encontrar a bala
no peito
na noite que gela a primavera,
as andorinhas partirão
levando palavras por parir
ainda hoje será em
diagonal o
nome
agora
resta
imaginar
melhor ainda
acreditar
te
imaginando
me
as mãos
não mergulharam
no corpo
apenas um toque
estranhamente suave
na despedida
de quem parte
para lugar
nenhum
a pele da mão
ainda ferve
na tinta
a pergunta feita lança
chegara na madrugada
apontada à criança
que nascera desarmada
os homens do fato escuro
que até o olhar agride
estrangulavam o futuro
eram os gajos da pide
pelo pai lhe perguntavam
e a criança não sabia
as lágrimas não lhe chegavam
o pai voltaria um dia
muito tempo se passou
a criança já cresceu
o seu pai nunca voltou
disseram-lhe que morreu
agora voltam de novo
os tempos de amargura
hora de acordar o povo
já lá vem a ditadura.
a pergunta feita lança
chegara na madrugada
apontada à criança
que nascera desarmada
os homens do fato escuro
que até o olhar agride
estrangulavam o futuro
eram os gajos da pide
pelo pai lhe perguntavam
e a criança não sabia
as lágrimas não lhe chegavam
o pai voltaria um dia
muito tempo se passou
a criança já cresceu
o seu pai nunca voltou
disseram-lhe que morreu
agora voltam de novo
os tempos de amargura
hora de acordar o povo
já lá vem a ditadura.
a pergunta feita lança
chegara na madrugada
apontada à criança
que nascera desarmada
os homens do fato escuro
que até o olhar agride
estrangulavam o futuro
eram os gajos da pide
pelo pai lhe perguntavam
e a criança não sabia
as lágrimas não lhe chegavam
o pai voltaria um dia
muito tempo se passou
a criança já cresceu
o seu pai nunca voltou
disseram-lhe que morreu
agora voltam de novo
os tempos de amargura
hora de acordar o povo
já lá vem a ditadura.
na ponta dessa navalha
que nos fere o coração
há-de gritar a metralha
quer eles queiram ou não
está longe o tal amor
partiu sem nada dizer
mas do sangue se faz cor
e nós iremos vencer
amor nunca te chamei
pois não seria verdade
mas sabes não me enganei
no teu nome liberdade