O Manto

O Manto

Em êxtase de prazer rompe-se o núcleo da

artéria do desejo constante.

Baloiça,

rodopia,

dança-me o manto de pele,

presenteia-me de ternura,

atiça o atiçado emaranhado de corpos pudicos

em loucura do tacto que prossegue a mesma

inquietude do movimento vaivém

dentro e fora do ventre.

 

O manto funde-se e

entrego-me á febre do clímax.

Mordo dentro de mim mais uma ondulação de ti,

estremecem minhas veias em pleno voo marítimo,

Teu jeito estranho de querer... ME

Tens em TI
Um jeito estranho de Me afastar
Como quem diz, certo, "Não"
Mas tudo atenta para me ver ficar...

E se me afasto,
Usas-te de palavras que me não dizes destinadas
Lançando-me aquele perfume teu... casto...
Inspirar de memórias que julguei apagadas...

Neste constante vacilar,
Incauta
Mergulho-me de Ti...
Ávida
Preciso respirar...
TE...

A dança

Dançamos.
O salão era todo nosso. Dançamos.
Dançamos música de velhos como os jovens de nossa idade dizem hoje...
Velhos com a boca amarga pelo ácido da vida
Com penas já fracas e com braços que não apertam mais...

Ah meu bem! dançamos a noite inteira...
Músicas antigas rodando o salão que era só nosso
Meus cabelos pulavam,meus olhos te olhavam e minha boca quem me dera ter te beijado...

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