Não Faz-sé Um Homem Com Devaneio

Assim como meu sorriso ausente,
Tem sido para mim teu ventre belo;
Fora, olhos meus estão; vieram vê-lo,
Cansado estou, de tocar-te distante.

Antes co'as mãos agora co'a mente,
Toco teu corpo ausente neste flagelo;
Sendo a única forma que sei senti-lo,
Pois, só o além toca estrela cadente.

Rasgue o teu mundo e dê-me o meio
Deste todo teu que jamais foi meu
Mais sofrimento tive do que tê-la

Não sou para desamores, um museu
Do meu coração, estou desampara-la
Não faz-sé um homem com devaneio

Ancoradouro

Ancoradouro

 

Há um barco ancorado esperando pelo futuro, suas amarras são fortes e o mar não consegue arrastá-lo. Há cordas no convés e café em cima de um pequeno fogão náutico. Há cobertas impermeáveis para o caso de tempestades, há cartas náuticas e bússola junto ao leme. Um pequeno barco que anseia o mar aberto, pronto pra partir, mas em sua solidão humildemente espera o seu capitão comandante. Sem a voz de comando ele é só um barco no ancoradouro.

 

Charles Silva

Pages