Afogamento

De tempos a tempos, quando não sempre,
Invade-me o corpo um impiedoso amor
E transborda pelos meus poros,
Materializa-se em grossas lágrimas,
Cristalinas da mais pura mágoa,
Em suspiros e tremores de alucinado,
Sintomas de não ser, em retorno, amado.

Sangração

Sinto-me tão cheio.
Tão vazio.
Não sei...

Queria rasgar o meu peito
e libertar o que cá dentro mora.
Oprimido deste jeito
não duro mais uma hora.

Ouvi dizer que
de desgosto também se morre.
Meu coração já nem bombeia
o sangue que em mim corre.
                                       [ou corria]

CORAÇÃO FERIDO

                                   CORAÇÃO FERIDO

Oração, melhor ter marcas nos joelhos do que ter feridas no coraçao!

As marcas nos joelhos não dói.        

Mas as feridas no coração só Deus pode curar!

Mas se você orar  e os joelhos marcar...

    Deus vai te curar!

 

Autora: Madalena Cordeiro

Qual é a sua

 

Qual é a sua

Não te entendo muito bem

Um dia tu me amas no outro me odeias

Um dia sorri e no outro não estas nem aí para mim

Um dia amores no outro, horrores.

 

Não entendo minha querida por que eu me apaixonei

Talvez tenha sido teu jeitinho de burguesa que me atraiu

Preferia, porém, não tê-la conhecido,

Pois perto de você fico eu desguarnecido.

 

Queria saber o que passa em tua mente

Às vezes pequenas parolas terminam em grandes verberações

Palhaços

Qual é a face humana que realmente se mostra?

Aquela que se escancara em um fingido sorriso?

Ou aquela outra que se enruga em profundo ciso?

Qual merece crédito quando na face se prostra?

 

Sim, porque se escondemos a nossa dor nas risadas

Apenas para que de nossa dor ninguém mais saiba

Também escondemos  a alegria para que não caiba

O escárnio e a indiferença de canalhas disfarçadas.

 

Ri coração, escarnece de ti mesmo, triste palhaço

E tira, inda que seja à força, de sua fria mônada

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