SÓLIDOS
Autor: AMANDU on Tuesday, 2 April 2013QUE ME DEIXASSEM
FALAR
E ENTENDER
E PORQUE NÃO
ENTENDER
A TUA FALA?
QUE ME DEIXASSEM
FALAR
E ENTENDER
E PORQUE NÃO
ENTENDER
A TUA FALA?
SIMPLES
É SIMPLES DE PENSAR
SERÁ
FÁCIL
DE DIZER
E DE REALIZAR?
Olhos de vidro,
Nervo ótico ofendido, deteriorado.
Imagens forçadas, fantasiosas, perfeitas, imperfeitas.
Guia do guia não guiado, criado mentalmente, inconsciente-consciente.
Ali, tudo se cria pela resistência inabalável,
Pela luta sofrida, incansável, admirável de se ver.
Olhos de vidro,
São para poucos, para aqueles que sabem viver.
Que buscam sentindo, explicações não explicadas.
São para os poucos que aprenderam diferenciar a cor da dor.
ACRÍLICO SOBRE TELA de Mirandulina
Era uma vez, uma viagem em balão, como a do livro de Júlio Verne, só que já lá vão muitos mais do que oitenta dias. Decorreram muitos anos desde que o ser humano iniciou a sua própria demolição.
Não. Num balão vê-se o mundo de cima e por isso, as coisas, não ameaçam querer cair a todo o instante em cima de nós. Não, não é esse o caso.
INUNDA DE LÁGRIMAS O MEU COLO.
DEIXA QUE A MINHA PELE,
TE AVELUDE ESTE LUTO,
COMO UM BÁLSAMO.
Texto de Mirandulina
1
Quando a ilusão vence o desassossego e o ânimo supera qualquer dor, num evadir da realidade inconexa, surgem fragmentos de resistência.
Atrevimento tempestuoso ao enfrentar do espelho que teima em sugerir a limpidez do mundo, esplêndida de cor.
2
Ladrilho de afectos
Emaranhados
Numa rua com sentido
Único.
Se entrechocam em vozes
Despegadas nas insignificâncias.
Dívidas humildes de vida
Em neutralização da paciência.