_QUIA AETERNUS_
Autor: Antero de Quental on Saturday, 23 March 2013
Esse negro corcél cujas passadas Escuto em sonhos, quando a sombra desce, E, passando a galope, me apparece Da noite nas fantasticas estradas, Donde vem elle? Que regiões sagradas E terriveis cruzou, que assim parece Tenebroso e sublime, e lhe estremece Não sei que horror nas crinas agitadas? Um cavalleiro de expressão potente, Formidavel, mas placido no porte, Vestido de armadura reluzente, Cavalga a féra extranha sem temor. E o corcél negro diz: «Eu sou a Morte!» Responde o cavalleiro: «Eu sou o Amor!»
Amor não é hora que sobeje ao corpo.
Amor! Não é...
Amor não é alimento que não faça falta ao dia.
Amor não é...
Eu tinha o coração cheio de moscas!
Estava cego...
Tive o medo de quem usa o corpo!
- Viver é ter vertigens...