A RAZÃO CRIADA
Autor: AMANDU on Wednesday, 6 February 2013EU SONHO
DE TE MATAR
MAS UM DIA
DE TOMAR VENENO
E CRIAR.
EU SONHO
DE TE MATAR
MAS UM DIA
DE TOMAR VENENO
E CRIAR.
PALCO
DE DIFERENÇA
VER
E LER.
Em qual destes escuros e fechados cômodos
Esqueci a vontade de mim mesmo?
Onde estão as minhas mãos pueris e errantes
Quando preciso voltar a ser um mero principiante?
Distantes dos olhos adultos,
Bem e mal andavam juntos como iguais;
Aqui, fizéramo-los questão de separá-los
Assim como se separam dois irmãos
Dando-os para famílias diferentes.
Qual dos medos foi tão colossal
Que acabou se tornando maior do que a vida?
Eu sou o espelho; e quem vive, vive fora.
Sinto saudades;
Quantas peles te vestem,
quantas vidas tem a tua vida,
quantas vezes morreste e foste renascida,
pela força do teu ser...
Ninguém te conhece ao certo,
só tu sabes quem és,
o mundo que não te entende,
adormece aos teus pés...
Vives num tempo que é teu,
emprestas ao dia as horas,
às noites dás os minutos,
embrulhado nas auroras...
Tu, místico, vês uma significação em todas as cousas.
Para ti tudo tem um sentido velado.
Há uma cousa oculta em cada cousa que vês.
E agora, cavalheiros, eu vos deixo
uma palavra
que fique nas vossas mentes
e nas vossas memórias
como princípio e também como fim
de toda a metafísica.
(Tal qual o professor aos estudantes
ao encerrar o seu curso repleto.)
Para minha irmã Louise Vanaen de Voringhem: — Sua boina azul voltada
para o mar do Norte. — Para os náufragos.
Para minha irmã Léonie Aubois d'Ashby. Bah! — a erva do verão barulhenta e
fétida. — Para a febre de mães e filhos.