FLORES

 

De um degrau de ouro, — entre cordões de seda, gazes grises, veludos verdes

e discos de cristal que escurecem como bronze sob o sol, — vejo a digital se

abrir num tapete de filigranas de prata, de olhos e cabelos.

Peças de ouro amarelo semeadas sobre a ágata, pilares de mogno sustentando

*A ULTIMA SERENADA DO DIABO*

No tempo em que elle, nas lendas,
Era amante e cortezão,
Jogava, e tinha contendas,
Cantava assim em Milão:

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..........................................
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Ó flores meigas, ó Bellas!
Para prender os toucados,
Eu dar-vos-hia as estrellas:
--Os alfinetes dourados!

Só pelo amor quebro lanças!--
A Rainha de Navarra
Enleou um dia as tranças
No braço d'esta guitarra!

*DUAS QUADRAS DE DIOGENES NO ALBUM DE LAIS*

Quando no meu o teu olhar se esquece,
A minha alma, mulher! é como um urso
Que dança pelas feiras, e obdece
Ao magro saltimbanco e ao seu discurso.

E os meus velhos desejos violentos
Soluçam--hystriões esfomeados!--
Como os gatos noturnos, friorentos,
Que miam lamentosos nos telhados.

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