_LOGOS_
Autor: Antero de Quental on Saturday, 12 January 2013
Ali, onde o mar quebra, num cachão Rugidor e monotono, e os ventos Erguem pelo areal os seus lamentos, Ali se hade enterrar meu coração. Queimem-no os sóes da adusta solidão, Na fornalha do estio, em dias lentos; Depois, no hinverno, os sopros violentos Lhe revolvam em torno o árido chão... Até que se desfaça e, já tornado Em impalpavel pó, seja levado Nos turbilhões que o vento levantar... Com suas lutas, seu cançado anceio, Seu louco amor, dissolva-se no seio Desse infecundo, desse amargo mar!
Há coisas que um homem tem medo de dizer até para si mesmo, e todo o homem decente tem uma série dessas coisas guardadas na sua mente.
Tu, n'esse corpo completo, Ó lactea virgem doirada, Tens o lymphatico aspecto D'uma camelia melada.
A alma sorrir um cansado descanso
Um dia inteiro em guerras, sobrevivendo
Nesta sociedade de humanos feitos em porções
Muitos não vivem, e morrem esquecendo...
O sabor de viver sem vírgulas cada esquina
Cada momento, cada olhar
Estou fadigado, ainda assim sou livre
E não me esqueci de sonhar...