Ao espelho (video do poema)
Autor: Ex-Ricardo on Sunday, 23 December 2012Video do meu poema "Ao espelho" ao vivo na cidade do Porto.
Video do meu poema "Ao espelho" ao vivo na cidade do Porto.
Ao espelho.
Poema meu musicado e que saiu no meu CD "Voyeur" de 2007.
Perda....*
Tão rápida.Tão inusitada...
Que a perda se torna surpresa
Sem amenizar a dor que vem com certeza .
Calada em meio as brumas da noite
Nos caminhos errantes de um viver distante
Fico isolada vendo o partir inconstante
Sem urgência, me levanto ...
Observo o horizonte adormecido
No qual, o Sol deveria ressurgir no calor do meu pranto.
Sem demora...Agora!
Que a perda já não é surpresa
Entro na noite silenciosa...
Com o gosto amargo da minha tristeza.
_A Amadeu de Freitas_
«Muito vence quem se vence
Muito diz quem não diz tudo,
Porque a um discreto pertence
A tempo fazer-se mudo.»
(_Copla do Infante D. Luiz_.)
Sob este céu creador
De manhã vergiliana,
Apetece ser pastor
E tocar frauta de cana;
Não, pastor d'autos d'amor,
D'eclogas frias e velhas,
Mas verdadeiro pastor
De verdadeiras ovelhas...
Não conhecer o talento
Nem nada do que se ensina.
Esta dôr do entendimento
É peor do que se imagina...
Toca a capello, vou vêl-o
E vejo de toda a côr,
Não doutores de capello,
Mas capellos de doutor.
Coimbra.
Quando eu, feliz! morrer, oiça, Sr. Abbade,
Oiça isto que lhe peço:
Mande-me abrir, alli, uma cova á vontade,
Olhe: eu mesmo lh'a meço...
O coveiro é podão, fal-as sempre tão baixas...
O cão pode lá ir:
Diga ao moço, que tem a pratica das sachas,
Que m'a venha elle abrir.
E o sineiro que, em vez de dobrar a finados,
Que toque a Alléluia!
Não me diga orações, que eu não tenho peccados:
A minha alma é dia!
O primeiro conviva, em punho a taça,
Ergueu-se lentamente, e com voz rouca,
Bradou: Amigos! consenti que faça
Uma saude á Morte--a velha louca!
A minha historia é triste e muito pouca!
Eu como vós, sou filho da desgraça,
Amei uma só vez. Que mimo e graça!
Oh que pé andaluz! que olhar, que boca!
Na noute do noivado--ouvi, devassos!
Beijei-a doudamente entre meus braços,
E atirei-a no mar, tremula e nua!
CARTA.
Forte co'a vossa promessa
Dura voz se vai alçar;
Não vem como das mais vezes,
Não vem pedir, vem ralhar;
Não he de esteril rabugem
Raiva inutil, que em mim lavra;
Venho brigar, e vencer-vos,
Minha arma he vossa palavra;
São Leis os priscos rifões;
Na mão a Lei me mettestes;
Sei que a ricos não deveis,
Mas a pobre promettestes;
Promettestes, que huma Imprensa
Faria hum faminto farto;
Meu livro, e as vossas promessas
Inda estão no vosso Quarto;