Pareidolia

Vejo sombras nos arames
Tateio enforcamento na luz
Querem costurar meus ossos
Sob os pecados da carne

Pisco uma ou duas vezes 
E lá fito Saturno encarando 
Sou tão megalomaníaco 
Que acredito ser um lunático

O Deus dos fins a violar-me
Quem dera se fosse real 
Deve ser a autoconfirmação
Da minha virtude desleal 

 

Passadiço do tempo

Caminho pelo passadiço do tempo deixando no pavimento da vida
Sílabas que se entreabrem num felino croché de palavras deslumbradas
Provocam no silêncio o breve balbucio de uma carícia quase, quase asfixiada
 
No passadiço do tempo os dias escorrem finitos, voláteis…tão conformados

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