*A Poezia do Outomno*
Autor: António Nobre on Thursday, 13 December 2012Noitinha. O sol, qual brigue em chammas, morre
	Nos longes d'agoa... Ó tardes de novena!
	Tardes de sonho em que a poezia escorre
	E os bardos, a sonhar, molham a penna!
	Ao longe, os rios de agoas prateadas
	Por entre os verdes cannaviaes, esguios,
	São como estradas liquidas, e as estradas
	Ao luar, parecem verdadeiros rios!
	Os choupos nus, tremendo, arripiadinhos,
	O chale pedem a quem vae passando...
	E nos seus leitos nupciaes, os ninhos,
	As lavandiscas noivam piando, piando!
