Em Amor não há Senão Enganos
Autor: Luís de Camões on Saturday, 17 November 2012Suspiros inflamados que cantais
	A tristeza com que eu vivi tão cedo;
	Eu morro e não vos levo, porque hei medo
	Que ao passar do Leteo vos percais.
	Escritos para sempre já ficais
	Onde vos mostrarão todos co'o dedo,
	Como exemplo de males; e eu concedo
	Que para aviso de outros estejais.
	Em quem, pois, virdes largas esperanças
	De Amor e da Fortuna (cujos danos
	Alguns terão por bem-aventuranças),