A sinfonia última

Corda do celo rasga a nota,
do último trágico som,
mortal à alma já quase morta.
Mitigado no penumbre bom.

Fúnebre adágio nos ouvidos
é o turíbulo que pendula lembrança.
Nostalgia de dias anímicos,
marcados com pureza de criança.

Luctíssono é sensível ao toque.
Do garoto colérico ao austero sujeito,
escuro mundo de sentimento fechado.

Espelho manchado de desfoque,
é o reflexo penoso do homem afeito.
Sinfonia lamentosa do ser apartado.

 

Rotas

A vida é como uma via rotatória
Que aprendemos a viver
Sorte eu vejo neste caminho
Muda as estações, pra que as mudanças possamos entender!
Não me atrevo em rodovia acarpetada
Em carro sem placa por muito tempo continuar...
Posso ficar sonolento
A viagem é tão longe
E de tantos perigos
Pode a vida segura me abandonar !
Mas sei também que a rotatória
Pode ser insegura , mas é caminho certo
Logo se fecha um ciclo de tristeza sepulcral
Para a vida em novo ciclo continuar !

Sufocado por si

Palavras sufocam minha garganta,
ao mesmo tempo que querem sair,
ficam soterradas na ansiedade.
Obsoleta vida que desalenta,
olhando o horizonte...
ermo sofrimento a banhar-me;
preto é a cor dos meus ossos,
cinza a cor do meu mundo:
paisagem impressionista: minha vida.
Sufocado por si próprio, asma mortal,
olhando as estrelas...
linhas tortas descrevem o monólogo,
fatídico ser humano buscando o fim.
Monotonia mental, cotidiano vivo.
Musicalidade profunda me atinge,

Sonho

Quem dera
Entre sonhos perdidos , outros em formações ,
O decanto certo do sorriso ou das lágrimas
Ver que a conquista será um passo certo ,
Continuar o prosseguir...
Ver a fé do peregrino não eximir
Quem dera
Pudéssemos dos sonhos
Determinar quando acontecer
Que todo anseio humano
Para o bem fosse encontrado
Em qualquer feira ou mercado
Quem dera pudéssemos com franqueza
Inicialmente o desejo sensato do
Ser mais fraco atender,
Pois toda essa orfandade
Por falta de sonhos

Pages