Sudário dos silêncios

Adormece a noite aconchegada ao altar da solidão
Enquanto rendida viceja uma emoção tão submissa
No labirinto da vida amordaça-se a luz mais movediça
 
Envolta no sudário dos silêncios a escuridão mumificada
Esboroa-se qual lamento tristonho e intimidante, até deixar

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Cai chuva no meu telhado
Chuva leve, miudinha
Bate no chão, escorrega
Como a agulha na linha

Ouço o tilintar das pingas
Uma a uma na varanda
O silêncio faz propaganda
Em tom doce e melodioso
A uma noite enriquecedora
Tranquila, compensadora

Avisa um amanhecer
Que ao acontecer
Trará uma nova página
E seremos nós a escrever
O rascunho dessa dádiva
Que tem por nome Viver.

Emília Lamas

FORÇA

FORÇA

Nasce o sol
Nasce a lua
Nascem plantas bravias
Nascem flores encantadoras
Nascem pássaros e melodias

A Natureza é uma força
De grandeza inconfundível

O Homem também tem força
E com força acredita
Que a força nele existente
Fa-lo-á ser persistente
Pode até deambular
Mas se a força o desejar
Não saberá rejeitar
A direção do caminho.

Emília Lamas

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