Mar
Autor: Egas de Souza on Wednesday, 23 July 2025Primordial benevolente e Parente,
Dono de todo o ser tão carente
Do teu sangue cujo derrame
Varre a terra e purifica o enxame.
Por ti eu observo e paraliso
O coração de pedra... Sim, preciso
A erosão que me salva de mim mesmo,
Refletindo na hemoglobina o meu abismo.
Gota a gota, cai a máscara protetora,
A leal mentira, que concilia dor outrora,
Quando de ti longe fiquei... O dono
Soube como atuar; ligou-nos o oceano.
O que o mar separa, o oceano repara.