Quando fui chuva...

para a Carla
 
Quando fui chuva alaguei a derme dos teus murmúrios
Tão enamorados, tão translúcidos e quase asfixiados
Umedeci o palato ao tempo com beijos serenos e afortunados
 
Quando fui chuva encharquei a terra com mil gotas de um
Afago deambulando com cortesia pelo manto das preces ostensivas
Além onde jaz de joelhos aquela luminescência cerimoniosa e definitiva
 
Quando fui chuva deixei coar nos céus um liquidificante eco arrogante

isto não é normal

Posso ao menos saber teu nome
então tudo isto foi por sorte
esta frio em sp
vc até então nao existia
e se existia estava calada num canto do bar observando pessoas
linda demais
quais palavras iria usar neste momento
posso lhe pagar uma bebida
é o mesmo blues que nos envolve
(cry me a river)
observava cada gesto
sentindo teu cheiro ainda proibido
não pude me conter
um sinal apenas
um sim era o que bastava..

Quem ama

Quem ama, não dizima
as peraltices, o sorriso
as crianças,
elas adubam o tempo de boa
esperança
a roda gigante da vida anima

Eu escrevo trocadilhos
a qualquer tempo
onde a bonança pede carona
uma desconhecida
na estrada dos sonhos

Quem ama não caminha
sem desafios, percorre até o fim
toma remédio ruim
a cura não abandona

Eu percebo a mesma cultura
entre homens imaginários
Heróis imperfeitos
para salvarem o amor

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