Há dias assim
Em que a noite cresce…
E eu, como quem se despe
Como quem se esquece de si
Deito-me nas letras a sonhar…
Há dias assim
Que deixam travo
Um resto não sei de quê na alma
Talvez uma febre calma
Ou um delírio raro….
Há dias assim
Que são um momento
Dias em que não aguento
Como o de hoje
Aqui…
Tenho fome
De algo verdadeiro
E real.
Não quero
O mundo inteiro
Basta um grão do areal.
Aquele Grão
Singular
Único
teu.
Tão verdadeiro
E real
Como a fome
que há-de matar:
Eu.
Nascer em ti
acordar aí
para ser aqui
o que não seria
sem ti
aninhada
assim
em mim...
Uma fonte
e eu tive sede...
uma sede que julgava
que já não tinha.
Uma fonte
no cume da colina
da impossibilidade...
e eu quis Liberdade
uma Liberdade que julgava
que tinha.
Mas estava preso da sede
que dela nascia...
daquela fonte que julgava
não existia...
@dicello_opoeta
@dicello_opoeta
