A MÁGICA COMPOSTURA

as agruras da solidão incharam o itinerário da indisciplina.

 

os acontecimentos que atiro ao rio numa trouxa lacerada.

 

há um esgrimir vático que desencaracola as emoções.

 

as crianças aprendem as novidades que as fraudes alardeiam.

 

aqueles que transformam as arteirices em borbotos da progressão.

UM TRAJETO PENETRANTE

a lágrima afoga a morte ao liderar as congregações do encantamento.

 

o rol de acusações que se apuram em querelas escavas intentando expulsar a sensaboria.

 

a vaidade é luxada em momentos solenes entre copos deploráveis e indigestões perfumadas.

 

as palavras apaziguam os pungimentos impelindo as ondulações dos egos pelo ramal da interpretação.

 

há vocábulos que extirpam os estertores dirigindo-se ao tablado da originalidade.

ORDENAÇÕES POÉTICAS

a respeitável vinculação dos mares aos energúmenos que os unificaram.

 

a esperança é um traste que a malvadez vai carcomendo.

 

dos orifícios do saber remontam benefícios imateriais.

 

existem guerrilheiros contrafeitos reunidos a projetos fantasistas.

 

a grosseria dos homens que se atolam nos seus próprios excrementos.

PALAVRAS CONVERGENTES

o visceral discernimento que me perturba quando o sobreponho à realidade.

 

a hipocrisia ingressa nos devaneios que se cumulam no labor diário das pessoas.

 

a raiva sobre o tampo da mesa desconjuntada reforça práticas antiquadas e inúteis.

 

as noções são vertidas para uma tina e mobilizadas pelo que é prejudicial.

 

a evolução transparecida por um arquiteto e minorada pela poesia sacrificial.

 

 

 

A BANDEJA LACRIMAL

uma carapaça impõe-se aos apetites ignorados que me desatacam os atilhos.

 

penduro os motejos numa floresta habitada por bruxas e por duendes.

 

no lugar da misantropia há rinocerontes arrastando fios de ouro intermináveis.

 

a mocidade desdobrou um sonho que percorreu o circuito da imperfeição.

 

o aniquilamento da fé nos patamares álgidos onde se consolida a individualidade.

 

 

 

Saber Amar

 

Titulo...Saber Amar

Nunca me enganei em amar.

O coração quer o que quer.

Às vezes acontece devagar,

Como uma rampa subindo suavemente;

E às vezes de uma vez,

Golpeando como uma flecha e cegando com ela.

Seu toque eletrificou minha alma

De uma maneira rara, eu sabia o que era.

Seus olhos se encontraram com os meus e me teve.

Seu sorriso, seu riso ...

Um gole de água gelada no deserto.

Eu estava errado em deixar minhas paredes caírem.

Não paredes do coração; Eu não tinha mais isso.

Sem Norte

"O destino marcou-nos com o sinal dessa procura e em todos os recantos de existirmos ele se manifesta."
FERREIRA, Vergílio “Arte Tempo”, edições rolim

Marmórea a Mnemosyne, eu nua em espuma
Impoluta, fremente ranjo os dentes,
Mordo arrepsia acerada qu'entrementes
Implexa, me atordoa. Imerjo enquanto uma

Bússola me evanesce e mais nenhuma
Efígie reverbera tão fielmente
Senão uma rosa branca, e de repente
Dissolvo-me - sou cinza que avoluma.

VENHA 2020

VENHA 2020

Desejo para 2020
Que as escamas caiam dos olhos.
Que outro cenário pinte.
Que se arrebente a corrente
Que o escravo não ame o senhor.
Que seja abundante o amor.

Um ano mais amistoso
Recheado de paz e solidariedade.
Que o egoísmo não seja o estandarte.
Que as pessoas saibam discernir o que é o Bem
Que o Bem seja acessível a todos.
E o povo deixe de ser gado.

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