os meus versos jorram as desventuras que atestam a existência humana; observam as atuações dos energúmenos que ofendem a minha sensibilidade; entrosam na malvadez abrangente para a abocanharem.

a cárie almeja introduzir-se no meu viver para restaurar as mazelas passadas; da exaltação da minha alma transvertida num pesadelo desbragado; das infâmias que abalroaram a minha candura.

transito pela farsa mundana para analisar as suas investidas contra a sensibilidade dos homens de bem: os traumáticos dilemas por ela impostos; os seus arrogantes encargos; as suas benesses envenenadas.

Toda positividade
Mauro Antonio

Palavras de anulação,
Crenças limitantes,
Paradigmas de sofrimento

Preste bem a atenção
Pois, num único instante
Você evolui seus sentimentos.

Passe a oferecer no falar

Toda positividade que vier a pensar.

a sabedoria que me convém para avivar o inconsciente está nos versos que escrevo e nos dilemas que através deles vou resolvendo; está nas vicissitudes por eles desmembradas para que floresçam emoções aprazíveis.

os versos que ofereço aos leitores suprimem os truculentos alicerces humanos; ajuízam a sua história tenebrosa e sonham silenciá-la; imprimem na sua génese a minha serenidade vigente.

as dádivas que nos legam são embrulhadas em papel de jornal; são chavões que nos fazem rejubilar, mas que transitam logo para a deslembrança; são palavras generosas que se imobilizam no limiar da posteridade.

Bom negócio
Mauro Antonio

O fim do mundo é um bom negócio
Todo dia aparece um novo sócio,
Donos do mundo só querem ganhos,

Traidores do povo revendem rebanhos,
Os tubarões do dízimo
Pregam dor e sacrifício

Mesmos os que têm o livro nas mãos

O tigrinho rouba-lhes toda atenção.

feradapoesia.blogspot.com

Fogos

Azul na pirotecnia
não pode faltar o verde esperança
não pode faltar dinheiro na poupança
herança para gastar
uma lista persuasiva e revisada
de todas as tarefas que na vida
não podem faltar
azul na pirotecnia
atenção:
que mais um ano vai começar!

Ano novo,
mais um é permitido chegar!

Dinheiro no bolso, nunca guardei
tenho saúde razoável
nem para dar ou vender
nem um rim posso ofertar
o álcool fez uma raiz animada em mim
quando 2024 chegou ao fim!

o que me exila

são meus voos cifrados

soltos nas gargantas

dos canyons

o que me restringe

são as arestas das águas

soltas nos ângulos

das margens