Constituintes

Corruptos!
Raptam a cor da bandeira, 
dos quilombos e das sobrancelhas...
 
O verde esperança, que carranca,
nos olhos de miseráveis crianças!
Documentos pastéis, em discursos fiéis!
 
Colarinhos brancos abarrotados
De variáveis pedidos miseráveis...
 
Abarrotados canarinhos,
que neste país,
voam pelo verde-esperança,
Verde lavagem,
estomacal vingança...
 

taça

TAÇA

BEBE TAÇA AMARGA DE VINHO DE DOR ADORMECIDA

ENEBRIANTES PALAVRAS ME LEVAM DE UM LADO A OUTRO

BUSCAS VAZIAS BATEM NA PORTA DE SENTIDOS TRAIDOS

EIS UM HOMEM ACORRENTADO A SOBRIA E POUCA CRIATIVIDADE

MORRE DE MORTE MORRIDA, LOUCO EM SUA ESCRITA BERRA PELA

TAÇA DA EMBREAGES SAGRADA, LEVANTO A TAÇA COMO UM SASERDOTE DE MÃO IMPURAS, QUE CAIA SOBRE NOSSAS CABEÇAS.

A MALDIÇÃO DOS POETAS MALDITOS, QUEM BEBE DESTA TAÇA NUNCA MAIS FICARAR SOBRIO,

truvao

Claro e místico trovão

Aqui em fortaleza o trovão castiga.

Cidade erguida pela força de um súbito clarão

Incomparável e distante.

O medo assola as retinas vítreas.

O que pensam essas mulheres fortes, cativadas pelo loiro viking?

Novidades num nordeste incandescente e seco,

Onde miséria as fez fortes.

para Odin, cujo reino asgardiano é opulência,

replicantes

Replicante

Replico difusos erros em passos de réplicas e tréplicas, minha consciência se retrata, mas logo replico no mesmo instante dia mês ano reproduz os mesmos desafetos, segunda, terça e sexta replicaram novas estrofes de violão quebrando como um interminável refrão.

pensamento

SERÁ QUE PENSO

SERÁ QUE PENSO COMO GOTEJAR DE CHUVA QUE SE ESVAI

ESTANTANEAMENTE SERÁ QUE PENSO O CÉU OU TENHO SOMENTE

A IMAGEM AZUL TURQUEZA, SO PENSO EM LINGUA PORTUGUESA.

OU PENSO EM SUA BELEZA, SERÁ QUE SO PENSO NOITE A FORA

E NOITE ADENTRO PARA ME DESPIR DO MANTO NEGRO QUE ME

ASSUSTA, SERÁ QUE PENSO EM MORTE COMO PENSO EM VIDA.

PARACE QUE MEU PENSAMENTO NÃO MORRE LER A VIDA.

NÃO QUERO SER COMO ESSA GENTE QUE SO PENSA COM O

ESTOMAGO E VENTRE E QUE DEVORAM O MUNDO COMO MAQUINA

o catador

                                                O catador

Entre músicas natalinas que escuto distante, perto estou de um lugar ermo.

Onde minha mão rasga saco de lixo preto, chorume do perfume da produção industrial.

Esperando achar a origem do consumo adoecido, minha mão rasga por dentro mina flexões da mente que, vasculha por fora, quem vomitou todo esses pensamentos febris e alucinados em cima de nós, quando foi o dia da semana que perdemos a sanidade, onde está a causa do meu apetite insano.

bailarinos

                                                Bailarinos

 Infinidade de movimentos belos e sincronizados, enquanto eu escrevo você baila,

Enquanto eu estou indo carregando infinidade de palavras desconexas, você está voltando dançando de forma harmônica e elevada.

A perspectiva do voo está em ambos os movimentos ensaiados, movimento da palavra e o movimento dançado.

 A palavra dançada de forma dislexia, procurando encaixa-se em linhas tortas de Delíriostremilis .

 Quantos giros em espirais intermináveis de canções.

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