Se

Se

Se eu pudesse dizer o que vejo quando o sol nasce, se eu pudesse contar o que sinto com os olhos fechados…

Não posso, ninguém pode, não é possível, a vida não se explica por palavras, sente-se por dentro.

É preciso viver cada instante sem fechar os olhos.

Olhar sempre lá de cima para ver o que está cá em baixo, olhar de baixo para cima faz mal o que se vê é grande demais.

MS

Chamo por ti

Porque a lua está crescer

Porque os grilos falam

Porque os texugos atravessam as estradas de noite

Porque gosto dos campos de milho

Porque sinto o teu respirar junto do meu

Porque a terra se junta com o sol quando estamos juntos

Porque todos os bichos sabem que te quero

Chamo por ti.

MS

 

CAMINHADAS E PASSEIOS NA BELA VISTA

CAMINHADAS E PASSEIOS NA BELA VISTA

Passo uns dias na Zona da Bela Vista em Setúbal, um espaço geográfico composto pelos Bairros do Forte da Bela Vista, dos Amarelos, da Alameda das Palmeiras, do 2 de Abril e, claro, do Bairro da Bela Vista.

É um território múltiplo de cores, idiomas, etnias, afectos e desafectos, que às vezes salta para os jornais não pelos melhores motivos e muito por culpa do poder político. Há que vender o papel…

QUOTIDIANOS – 11º CAPÍTULO

QUOTIDIANOS – 11º CAPÍTULO

Encontro na Rua da Cale, no Fundão, à porta do atelier de pintura de Francisco Amaro, que acaba de traçar uma rota tumular nos concelhos de Pampilhosa da Serra, Arganil e Oliveira do Hospital. Lembro-me, a este propósito, de ter sido convidado pelo meu parente Padre Manuel Leal Fernandes para ter uma aula de história no Cemitério dos Prazeres em Lisboa. Nada como duas horitas num cemitério para aprender a lição.

O ARREPENDIDO

CAMINHADAS E PASSEIOS NA BELA VISTA

Passo uns dias na Zona da Bela Vista em Setúbal, um espaço geográfico composto pelos Bairros do Forte da Bela Vista, dos Amarelos, da Alameda das Palmeiras, do 2 de Abril e, claro, do Bairro da Bela Vista.

É um território múltiplo de cores, idiomas, etnias, afectos e desafectos, que às vezes salta para os jornais não pelos melhores motivos e muito por culpa do poder político. Há que vender o papel…

O Arrependido

O ARREPENDIDO

Reconhecemo-nos mutuamente, por um mero acaso, numa das avenidas da Bela Vista, à porta do Restaurante Social da Cáritas de Setúbal, anexo à Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, onde os pobres e necessitados não são esquecidos.

Já lá vão muitos anos desde que partilhámos a mesma “casa”, embora com vivências bem diferentes: eu na direcção de uma instituição prisional, ele a cumprir pena por falsificação de moedas e tráfico de droga.

Irreal nudez coberta por futilidades

Visto-me de correntes que cercam toda a nudez que apresento.
Nudez esta que apenas o olho material vê, pois as correntes não são visíveis...
Fechando os olhos, abro o olhar cego ao mundo e vejo o que só o sentir pode ver!
As correntes ficam visíveis...
Sinto o meu corpo imóvel, preso pelos medos e angústias que o impedem de se mover...
Sinto a minha mente vazia, apagada pela ilusão de realidade que a impede de sonhar...
Sinto a minha alma cansada, sugada por crenças e preconceitos que livre a impedem de ser...
Estas são as correntes que visto!

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