Abismo

Harpia desventura se vive

Marmóreo vislumbre de um reflexo que não vemos,

Hiato entre o que é e o que será

Aquilo que se vive e se anseia.

Perpétuo sonho, que no seio do seu carpelo

Inanimado se mantém!

Paz que não se carrega,

Numa igualdade desumana que nos faz refletir,

Prosopopeia silenciosa que nos ocorre!

Estranho ser e sentir,

Se sentindo nos encontramos agora!

Liberdade presada que teimamos usurpar

Voltando-nos para o azul esverdeado

De um mar desconhecido.

Harpia existência nos tornamos,

Lentamente, a um ritmo avassalador

Onde eufemisticamente

Nos recordamos do vazio apocalíptico

Da vida apócrifa e longínqua

Que agora se vive!

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Comentários

Parabéns poetisa beijinhos

Obrigada por me ter lido!