Adeus

 

Faço o meu silêncio de sua ausência

E me calo perante sua distância

Pois, dos sonhos retirei a lembrança

Do amor que quase me pôs à falência.

 

Do sentimento tão lindo, a crença

Da eternidade e a má-aventurança

Do crédito na falsa aparência

Que, da solidez, perdeu a segurança.

 

Do infinito, resta só a saudade,

(Suas palavras ofuscaram o brilho

Da fantasia que era a nossa verdade).

 

Só os cacos de um coração andarilho

Doído, triste, errante e sem auxílio

Que vaga à procura da felicidade.

 

Rodrigo Dias

(in: “Expressões Impressas & Impressões Expressas”; Usina de Letras, Rio de Janeiro, 2009)

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