ANGUSTIA

           ANGUSTIA

Ouço teu silencio estrangular meu riso

Vejo tua sombra roubar meu sono

E até a lucidez desse poeta insano

Delirante em febre desejou o abismo

 

Quantas noites precisarei chorar?

Com essas verdades a violentar meus sonhos

Loucos sorrateiros de verdades em punho

Mutilando o encanto do real ninar

 

E quando o grito eu precisei calar

O teu olhar aflito minha alma transpassou

Como um punhal de fogo, ácido e dor

Dilacerando os planos que eu quis ousar

 

Em quantos dias secarão meu mar?

Em quantos versos te traduzirei?

Em qual deserto me descobrirei,

Colhendo estrelas para te enfeitar?

 

                Sidney China

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