Aos farejadores sem nariz

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Aos farejadores sem nariz

Pode um cão farejar seu próprio caminho? Talvez.
Mas e o louco?
Pode diagnostiar a própria miséria intelectual?

Nietzsche, desenhou sua genialidade, sua loucura,
Sem pudor...

Saber-se na outra extremidade,
A milhas e milhas de distância,
E ainda assim viver entre os iguais,
É um tipo de tortura contínua
Que pouquíssimos conseguem suportar.

Em seu maior momento de lucidez,
Ele abraçou um cavalo
Que sofria o espancamento cruel.

Mas foi neste exato momento
Que diagnosticaram sua insensatez.

É que não suportamos o amor!

MF.03.10.12

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Comentários

Ex-Ricardo's picture

Gostei da abordagem do texto. Ainda para mais inclui o meu filósofo preferido.

A cena de Nietzsche no arrebate definitivo quando se intrepõe entre o chicote e o cavalo é das mais apaixonantes na vida do autor.

Parabéns!

Sim, Ricardo, esta imagem é sempre lembrada quando pego um livro desse filósofo, Uma belíssima e pungente passagem. Obrigado pela presença e comentário ao meu poema. Abs...luz e paz!...MF.