Banalização

Sei que é banal da vossa parte 
Desprezar o escritor e o poeta.
Mas, e se fosse crime 
Abandonar um poeta à sua pobreza humana
Se o poeta nunca vos abandonou,
Sozinhos na vossa ignorância profana.
 
Sei que acham banal assistir 
A coisas e a manter-se calados 
No canto porque foram educados a assistir
Mesmo a coisas que podessem ficar traumatizados
Quando o pai pedia que fossem educados
Quando ele fazia o sinal de silêncio.
 
Sei que é mais fácil cruzar os braços
Para evitar represálias e embaraços.
Sei que é mais fácil ter uma cunha,
Sem mexer uma unha,
Por baixo de uma porta que vos abre 
Uma oportunidade para um emprego fácil,
E ter alguém que vos salva a pele
Mas sei que no fim a luta não foi vossa. 
Nem é sequer da vossa força
Abandonar mesmo que isso vos faça infeliz.
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