Deixo passarem as horas aguardando a remissão

 
 
Por vezes tento dissimilar,
não posso esconder a dor.
Agradar a alma inquieta
apenas com lembranças,
emoções evanescentes
ainda que na memória recentes,
dos últimos acontecimentos.
 
Insone, 
esperando nascer o sol,
aguardando na aurora carmesim 
um ramo de oliveira,
mantendo a alma ansiosa. 
 
Como a chuva que lá fora
tamborila sobre as vidraças,
a água que verte do teto
encharca sentimentos arraigados,
como se lavasse a pedra do túmulo.
 
Deixo passarem as horas
calmamente elas se vão
quedando-me a olhar o passado
com olhar saudoso, contrito,
sequioso da remissão .
 
Género: 

Comentários

assim quando a pessoa não consegue dormir.

 

PS: Retificado.

Ter me alongado no comentário, me deixei levar pela animação ao ler e sentir o tema. da sua mensagem no poema.

Grato pela visita e pelo comentário. Prolixo sim, mas não estéril enm  descabido. Você conseguiu captar a essência do peoma, o desepero do "eu lírico" que não quer se afastar, não quer dizer adeus, mas sente-se impotente diante das agruras. Desanima e conforma-se em esperar um perdão. O poema é, no ser intimista do "eu lírico" um latente e pungente pedido de perdão aluado a uma esperança, mesmo tênue, da remissão dos erros e na madrugada carmesim, aos albores do arrebol o surgimento de alvíssaras.

Bom final de semana.

É isso, você está corretíssimo.