Desencontro
Quisera encontrar-te
Mas apenas encontrei o sabor amargo da tua ausência,
Quisera desencontrar-te
Mas apenas desencontrei a ambígua voz da razão
Razão, versus, coração
Paixão desenfreada
Outrora viva
Mas agora abafada pela voz da solidão,
Solidão desencontrada no meio da multidão
Mas encontrada na imensidão interminável do meu ser
Perdida algures no jardim do meu Éden
Sentindo o bater saltitante e veloz do coração que mantém a minha presença além limbo
Encontrada nas células vibrantes que sustentam o meu ser
E perdida nas minhas vísceras condenadas a viver o lado breu da existência,
Soltei-a ao vento e vi-a partir numa leve brisa
Inspirei suavemente e senti-a abandonar-me
Partiu amargurada mas de mim se despediu
Adeus saudoso sem retorno retratado no seu olhar,
Rasgando a minha paixão de ti, por ti e em ti.