Desperdício

            Desperdício

 

Deixei passar mil sóis, despercebida...

Lua cheia que não me iluminou

A noite ! Decrépita... Enegrecida !

Nem reparei no tempo que passou !

 

Nessa indolente e vã monotonia,

Nem forte escarcéu me sacudia,

Afundada em desafeto e apatia,

A queda no fundo, tão fácil seria...

 

Mas sou rocha dura ! Não sou quebrada !...

Sou couraçada a duras investidas...

E trago em mim, visão mais alargada.

 

E despertei dum sono insalubre,

Que travou algum tempo minhas lidas.

Não lesou  a alma , que o corpo cobre !

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