Dormir Demasiado

 
Dormir demasiado,
Cabeça repousada no seio do desgosto,
Toda a vida que me pinta o rosto.
Linha leve entre sonhar e fantasiar,
Estar ou deixar-me estar,
Durmo demasiado.
Abraço o berço que me beija as ideias,
Dormir penetra nas minhas veias.
O tempo é aquele inimigo
De severas rugas e casaco antigo,
Atropela-me sem me despertar,
Durmo sem parar.
O tempo torna-se intemporal,
Estende-se o sonho e tudo vale.
E continuo eu
Dormindo demasiado.
 
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