E eu viageiro de mim

E eu viageiro de mim…

Tenho pressa de não ter distâncias,
de me encontrar frequentemente
no remanso da minha mansidão.

A espontaneidade é que me guia
pelo imprevisto dos caminhos
rumo a uma qualquer direcção…

No tempo
no espaço
que traço
num frenesim,
cá dentro
no pensamento
num encalço
fora de mim.

Por sendas e veredas me comovo
num espanto de vida e de magia,
neste bem querer, de navegar…

(Por estradas calcorreadas e gastas
não há mais nada para inventar…)

Principal, é a boa companhia
é um bom senso comum
na atitude de caminhar.
Perceber que os ensejos
me levam a qualquer lado,
e eu sou de qualquer lugar.
(Porque o meu destino
é não ter destino nenhum.)

O imprescindível, é o chegar…
É o regresso acolhedor e aconchegante.
Onde bem longe da minha incoerência
preciso pôr a salvo qualquer imprudência.
Aqui onde tudo acontece, ora e doravante.

Onde deambulo em ti num doce adejo,
a esmo dessa inocência premente e nua,
dentro do teu mais apetecível desejo,
onde por ti me perco, em ti me desfaleço
e por ti renasço, de uma carícia tua.

Onde se afigura, que nada é impossível,
neste cosmos cingido pelo sol e a lua.

(Rui Tojeira)

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Comentários

Tantas sendas, trilhas, caminhos...

...  e o destino é sempre o mesmo

(ou não será?!...)

 

Saudações!

 

_Abilio

Belissima essa tua viagem a qual compartilhas connosco Poeta, através da riqueza dos teus versos.

Minhas congratulações

Boa semana

Obrigado Ronilda pela simpatia. Saudações poéticas. :))