Elegia ao Amor Emergente

Tenho por ti emergência de amor.
Esse fogo que emerge do fundo
Do meu coração para o teu peito
Da cor do jambo maduro,
Doce e macio...
É um ardor constante em minha alma
Que entra em erupção
E emerge sempre
Quando vejo tua pele de canela
E teus olhos de avelã;
Quando ouço da tua voz o mel
Que escorre mesmo no auge da fúria!
 
Ah! Quisera eu poder jamais
Afastar dos meus olhos tua lindeza
E de meus ouvidos tanta doçura
E não ter saudades de ti
Que causa urgência tamanha em mim
Que preciso do teu oxigênio
Para alimentar o fogo do amor que crepita em mim,
Ferve em meu coração
E teu calor é tão sufocante
Que me impede de respirar.
-Para isso também, preciso do teu oxigênio!
 
Bendito o dia em que Deus pensou em criar-te
Agradeço a Ele sempre
Por ter imaginado esse presente,
Envolto em tão singular embalagem
Com uma riqueza tão perfeita de detalhes
Que no mundo inteiro não há igual,
Para quem não ousaria pedir nada!
Suplico-te que queiras
Sempre ser meu anjo
E ter-me por teu fã apaixonado;
Sempre morrer do meu lado todas as noites
E ressurgir todos os dias, como uma fênix
Que se alimenta das labaredas
Da tocha desse amor emergente!
 
Quem dera que me ames só um pouco!
E então eu terei sido o homem mais feliz do mundo
Por ter tido, ao menos um dia,
O amor do anjo mais perfeito
Que a luz de todas as auroras
Anunciando ao meu coração
Que um novo dia surge
Para arder em fogo constante
E explodir de novo em amor!
 
Rodrigo Dias
(in: "Poesias de Família")
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